Dia dos Namorados
14 de Fevereiro de 2012
Para comemorar o Dia dos Namorados,
os alunos do curso Cef de Práticas de Ação Educativa realizaram uma atividade
que consistiu numa pesquisa e seleção de três símbolos tradicionais alusivos ao
tema: a Cantarinha dos Namorados, o Lenço dos Namorados e o Coração do Minho.
Em seguida elaboramos três grandes
painéis onde foram desenhados e pintados esses símbolos que, posteriormente,
ficaram expostos na entrada da escola. Para esta atividade também decoraramos
uma árvore com corações feitos em pasta de moldar, pintados de vermelho e
dourado e um quadro de recolha de frases relacionadas com o amor.
Com esta atividade ficamos a saber
mais sobre as tradições e memórias de outros tempos, como por exemplo em
relação à Cantarinha
das Prendas ou Cantarinha dos Namorados, como é
vulgarmente conhecida, que é uma peça típica do artesanato de olaria de
Guimarães, tendo sido criada ou recriada no século XIX. Segundo a tradição, quando
um rapaz se dispunha a fazer o pedido oficial de casamento, primeiro oferecia à
namorada uma Cantarinha das Prendas. Se esta era aceite, estava formalizado o
pedido particular, dependendo apenas da vontade dos pais anunciar-se o noivado.
Uma vez dado o seu consentimento e tendo estes chegado a um acordo quanto ao
dote, a Cantarinha servia então para guardar as prendas que o noivo e os pais
da noiva ofereciam: cordões, trancelins, corações, cruzes, borboletas,
estrelas, arrecadas, relicários e outros objectos em ouro. Este uso há muito
que foi posto de parte, restando apenas a tradição.
O
"Lenços de Namorados", também conhecidos por "Lenços de
Pedidos" esteja intimamente ligada aos lenços senhoris dos séculos XVII -
XVIII, que posteriormente foram adaptados pelas mulheres do povo, adquirindo os
mesmos, consequentemente, um aspecto mais popular. É uma peça de artesanato e
vestuário típico do Minho, sendo usado por mulheres com idade de casar.
Era
costume ensinar às raparigas a arte de bordar para que, mal entradas na
adolescência, começassem a preparar o enxoval. O lenço era bordado então, nas
longas noites de serão, nos momentos livres do dia ou aquando do apastoramento
do gado, pela rapariga apaixonada que ia transpondo para o lenço os sentimentos
que lhe iam na alma. Era usado como ritual de conquista. A rapariga usá-lo-ia
ao domingo na trincha da saia ou no bolso do avental; mais tarde oferecê-lo-ia
somente ao rapaz que amava como compromisso de amor. O namorado (também chamado
de conversado) passaria a usá-lo ao pescoço ou no bolso do casaco do fato
domingueiro, como modo de mostrar que tinha dado início a uma relação. Caso não
usasse o lenço publicamente era sinal que tinha decidido não dar início ao namoro.
Nos
lenços poderiam ter bordados versos, para além de vários desenhos, alguns
padronizados, tendo simbologias próprias: Rosa quer dizer mulher, coração é
amor, lírios simbolizam a virgindade, cravos vermelhos são sinónimo de
provocação, e os pombinhos significam os namorados.
Se
bordava com erros ortográficos, isso era pormenor insignificante, o que contava
- e conta - são os sentimentos.
Por
seu lado, o coração de ouro, vulgarmente conhecido como coração do Minho, é também
um símbolo do amor. Originalmente, essa simbologia estava relacionada com o
amor a Deus, sendo que as “chamas” do coração correspondiam à devoção ao
Sagrado Coração de Jesus. Esta crença enraizou-se em Portugal por devoção da
rainha D. Maria I e foram os Jesuítas que se tornaram seus paladinos no século
XIX. Por isso o coração do Minho mantém o formato de cornucópia, isto é, um
perfil rococó, que ganhou nas origens e não mais perdeu.
O
coração em metal precioso permaneceu, ao longo dos tempos, também, como um
objeto de oferta entre casais dado o seu grande valor simbólico.
O Curso CEF Práticas de Ação
Educativa
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